Democracia e Direitos Humanos em Crise? Reflexões constitucionais para um mundo em transformação
- elennascimentoadv
- 7 de ago.
- 2 min de leitura
Capítulo 3 – Direitos Fundamentais, Democracia e Inteligência Artificial: desafios constitucionais para uma cidadania digital inclusiva
Autores: Elen Cristina do Nascimento e Armindo Madoz Robinson
Inteligência artificial como artefato político e jurídico
O artigo propõe uma reflexão profunda e instigante sobre os desafios constitucionais colocados pela inteligência artificial, articulando os fundamentos da justiça distributiva de John Rawls e da legitimidade discursiva de Jürgen Habermas à emergência de uma nova cidadania digital.
A autora defende que a IA não é neutra, mas um artefato político e jurídico que demanda regulação normativa democrática, inclusiva e equitativa.
Leis, enforcement e a importância da democracia digital
Dividido em três eixos temáticos, o texto parte da constatação de que a simples existência de leis não basta para garantir direitos. A proteção eficaz exige enforcement institucional e fiscalização social qualificada.

Nesse sentido, destaca-se o papel da democracia digital como instrumento para legitimar as normas que regulam algoritmos, ampliando a cidadania substantiva por meio da escuta, da transparência e da participação plural.
Inspirando-se no AI Act europeu, o texto denuncia importantes lacunas do modelo brasileiro, como a baixa participação pública na formulação de políticas e a subrepresentação de grupos vulnerabilizados.
A proposta é clara: só haverá justiça digital se a regulação for co-construída com quem é diretamente afetado.
Propostas concretas para uma cidadania digital inclusiva
A interseção teórica entre Rawls e Habermas ganha força na formulação de mecanismos práticos, como:

Auditorias algorítmicas obrigatórias
Fóruns deliberativos sobre IA
Conselhos de governança digital com participação da sociedade civil
Políticas de letramento digital crítico
Essas medidas são apresentadas como fundamentos para uma cidadania digital ativa, que vá além do acesso técnico e seja capaz de influenciar os sistemas que impactam a vida cotidiana.
Conclusão: justiça digital como oportunidade histórica
Com rigor argumentativo e densidade filosófica, o artigo conclui que a justiça digital é mais que uma demanda contemporânea — trata-se de uma oportunidade histórica de reconfigurar as bases da igualdade, liberdade e dignidade humana na era algorítmica.
O texto é um convite à ação normativa, institucional e pedagógica por parte do Estado, da sociedade civil e da academia.
Um livro que também educa fora das páginas
O livro citado no post acima é um material de estudo e toda a renda obtida com sua comercialização será destinada a projetos educacionais no Brasil. Ao adquirir um exemplar, você contribui diretamente com iniciativas que promovem o acesso à educação e a cidadania crítica.





Comentários